No futebol, de forma análoga, o mesmo pode ocorrer. A estratégia da equipe, entretanto, independe do sistema tático escolhido. O time pode adotar uma postura mais ofensiva ou defensiva, ou mudar o sistema de marcação durante o confronto. Mais ligada às táticas individual e de grupo, a estratégia leva em consideração a movimentação dos jogadores na marcação (cobertura, antecipação); na articulação (antecipação, criação de espaços, formação de linhas de passe); e a característica dos atletas. Times que se enfrentam com o mesmo esquema tático podem ter estratégias diferentes.
Os últimos jogos de Bahia e Brasil são exemplos práticos de mudança de estratégia. Pressionados pela necessidade do resultado, René e Mano alteraram drasticamente a postura de suas equipes, mantendo o mesmo esquema tático. O primeiro obteve sucesso, o segundo não. Enquanto René migrou de uma estratégia de marcação em seu próprio campo, individualizada nos destaques do adversário, abrindo mão da posse de bola para explorar o contra ataque, Mano fez o caminho inverso.
Hora de mudar, Mano. Ou não? |
Quem também não age assim é René. Preserva Marcos, apesar da falta de capacidade do lateral e da urgente necessidade de contratar para posição. Contra o Atlético-GO, no mesmo 4-3-1-2 da derrota para o São Paulo, outro Bahia esteve em campo. Não foi uma atuação inesquecível - pelo contrário, foi muito vacilante em momentos importantes do jogo - mas foi uma equipe ciente que precisava determinar o ritmo do jogo. Não houve marcação individual, e Lulinha finalmente jogou mais próximo dos atacantes, muitas vezes abrindo pela direita. Sobrou espaço para Ricardinho, que está imprimindo o seu ritmo cadenciado à forma de atuar do meio campo tricolor. Só para ilustrar, a equipe trocou 315 passes no último jogo, próximo dos 317 contra o Figueirense e muito mais que os 266 contra o Coritiba [Ricardinho no banco]. Tão importante quanto, foi o índice de acerto destes passes: Neste jogo 83,5%, o maior do Bahia no campeonato [neste item equipe é melhor apenas que o Avaí].
Estratégia agressiva em casa é definitiva? |
Nota¹: Dados do Datafolha
Nota²: Em pesquisa motivada por questionamento do colega Vítor Rocha, constatei que 7 dos 20 gols sofridos [35%] pelo Bahia foram no terceiro quarto do jogo [início do segundo tempo]. Em geral, isso foi motivado pela não mudança de postura da equipe após o intervalo, sendo surpreendida pelo adversário, que mudou de estratégia. É necessário estar preparado para anular essas mudanças.
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