sábado, 23 de julho de 2011

Evolução rubro negra esbarra em erros do banco

É difícil para qualquer torcida enxergar algo de positivo em uma derrota, sobretudo quando acontece em seu mando de campo. Portanto, é normal a torcida do Vitória esbravejar contra o time, e perguntar se essa equipe tem forças realmente para voltar para a série A. Pelo que apresentou contra a Portuguesa possui, mas não pode errar tanto em jogos decisivos. Sobretudo, o técnico Geninho.
Para início de conversa foi um JOGAÇO. O melhor que assisti nessa série B. Equipes movimentaram-se intensamente, houve entrega de lado a lado, ritmo alucinante, boa técnica e variações táticas decisivas. Nos últimos dois quesitos, a Lusa de Jorginho foi superior. Jogadores como Edno, Marco Antônio, Henrique e Marcelo Cordeiro poderiam ser titulares de muitas equipes da série A. E Jorginho sabe usar as peças que possui.
A equipe do Vitória criou, lutou, abafou a marcação em momentos certos, mas faltou capricho nas conclusões, melhor qualidade na saída de bola e entendimento na parte defensiva [volantes/zagueiros]. De positivo as estréias de Geraldo e Lúcio Flávio - que mesmo desentrosados  foram bem tecnicamente, a movimentação de Marcelo e a entrega de Neto Baiano, apesar da necessidade urgente de contratar um atacante de melhor categoria.
A Portuguesa não é uma equipe qualquer. Com base montada desde o Paulista, o time encontrou o equilíbrio com o posicionamento de Edno como um pivô que volta para articular jogada com os meias, abrindo espaços nas costas dos volantes. Jorginho surpreendeu com o posicionamento de Ivo - substituto de Ananias [machucado] - atuando como segundo atacante, aproveitando o espaço proporcionado pelas investidas de Nino. Como os volantes rubro negros não venciam o confronto individual com os meias adversários, a Portuguesa dominou a maior parte do primeiro tempo. O Vitória teve chances, mas se expôs demais defensivamente e os jogadores do ataque paulista tiveram espaço para criar. O gol, surgido após polêmica jogada que resultou em escanteio, premiou a equipe mais organizada em campo.
Lusa surpreendeu com Ivo atuando como atacante. Vantagem nos confrontos individuais do meio deram supremacia na etapa inicial

Na segunda etapa a equipe baiana veio pra cima, com Lúcio Flávio substituindo o apagado Giovanni. O time  melhorou o controle de bola no meio, passou a articular mais e chegar à frente em condições de concluir. Não fez o gol. Jorginho então fez uma alteração que mudou os rumos da partida. A entrada de Raí, pra jogar pelo lado esquerdo em uma linha de quatro no meio, não apenas segurou o ímpeto ofensivo de Nino, como compactou o time rubro verde, que partia em velocidade com os meias extremos [Henrique pelo lado direito] explorando o espaço entre o lateral, o volante e o zagueiro da cobertura.
Vitória pressionava, Lúcio Flávio girava bem a bola no meio e Geraldo flutuava com tranquilidade pela esquerda do ataque. Então, Geninho resolveu intervir. E fez péssima escolha. Ao invés de tirar um dos volantes [perdidos em campo], preferiu sacar Fernandinho, colocando mais um atacante de pouca movimentação e deslocando um dos meias articuladores [Geraldo] para cobrir a ala esquerda. Forçou Neto Baiano a sair mais da área pelo lado esquerdo para compensar a ausência de alguém pelo setor. Tragédia anunciada.
Manter volantes com pouca mobilidade e sacrificar Geraldo na ala esquerda. Erros frearam reação na segunda etapa.

A entrada de Cleiton no lugar de Marco Antônio foi a resposta correta encontrada pelo técnico da Lusa. Manteve Geraldo longe do espaço de articulação, forçou Zé Luís abrir mais ainda seu posicionamento dando espaço a Henrique, novo articulador da Lusa. Num escanteio conseguido pelo lado direito, falha bizonha de Maurício e pronto: Derrota por  2 X 0 e muitas lições pra Geninho. Reciclar as idéias é necessário, ou ficará sem emprego em breve.

Nota¹: Além de Marcelo Cordeiro, Marco Antônio encaixaria como uma luva no atual plantel do Bahia.
Nota²: E se Jael tivesse em campo?

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