Apesar dos técnicos não terem anunciado oficialmente as escalações das equipes que entram em campo, os treinos da semana - apesar dos mistérios - as convicções de Joel e René e as opções/desfalques apontam para um interessante confronto tático espelhado.
Com o retorno de Carlos Alberto, Jóbson e Ávine, o Bahia entra em campo com a equipe "quase ideal" de René. Hélder sobstitui Marcone, mas esta alteração não modifica a forma da equipe atuar. Hélder fará a função de volante pela esquerda, protegendo as investidas do lateral esquerdo, com Diones sendo deslocado para o lado oposto, em função similar para proteger o flanco de Jancarlos. Hélder não faz uma boa temporada de 2011, mas René parece apostar na familiaridade do apoiador com o esquema - o mesmo da campanha de acesso. Como Diones possui uma dinâmica de jogo muito similar a de Fábio Bahia [titular em 2010] - bastante movimentação, passes curtos e boa capacidade de cobertura - é possível que essa opção mantenha o equilíbrio desejado no meio campo.
A volta de Carlos Alberto deve ser muito celebrada pelo treinador. Com ele a equipe ganha não apenas em movimentação, mas principalmente em infiltração e aproximação com os jogadores de frente. Tais características são fundamentais para abrir espaços para a definição das jogadas. Como Jóbson joga a maioria das vezes a partir do flanco esquerdo em diagonal curta para o gol e Júnior quase sempre centralizado, abre-se um corredor na direita de ataque onde Jancarlos, Carlos Alberto e até Diones podem fazer boas combinações.
4-3-1-2 espelhado mas com movimentações ofensivas distintas |
Joel treinou o meio com Roger substituindo Guerreiro, e Montillo avançado para o ataque como falso nove - expediente usado no segundo tempo do confronto contra o Grêmio. Acredito que seja uma opção durante o jogo. O pragmatismo de "papai Joel" não permite uma mudança tão ousada. Apesar de negar marcação especial a Jóbson, ele quer evitar que o atacante explore o espaço às costas de Vítor sem a vigilância de outro defensor naquele espaço.
Um bom resultado do esquadrão em Minas passa, essencialmente, pela seguinte combinação: Solidez do esquema, proposta de jogo eficiente [sobretudo como visitante], capacidade de desarme do time [o segundo melhor do Brasileirão com 130, 3 por jogo] e capacidade técnica do ataque, que possui o segundo maior driblador da série A [Jóbson com 5,6 por jogo] e o terceiro finalizador [Júnior com 4 por jogo].
Partindo de um mesmo posicionamento, o Bahia tentará o desarme seguido de rápida transição ofensiva. O Cruzeiro buscará a troca de passes combinando movimentação e ultrapassagens para abrir espaços. Nesse espelhamento tático, vencerá a proposta melhor executada.
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