Quinze minutos do segundo tempo. Bola roubada no meio campo, puxada de contra ataque, Júnior tenta o passe para ultrapassagem de Lenine, bola cortada parcialmente, sobra pra Gabriel pela direita que avança, cruza, Ciro mata no peito, tenta o chute, é travado, a bola sobra pra Magno que limpa e chuta por cima da meta.
Pra quê gastar um parágrafo com um lance que não resultou em gol quando o jogo já estava decido em 3 X 0?
Com pouco trabalho na defesa, o capitão Tite ajudou a resolver no ataque |
O lance elucida muito sobre o estilo que Falcão impõe ao time. A saber:
- Marcação meia pressão no campo adversário – Nada de esperar a bola no próprio campo. Dar espaço ao oponente torna perigoso o mais inofensivo rival. Evita cruzamentos, rebotes e faltas próximas a grande área. Mas exige aplicação dos homens da frente. E está havendo;
- Velocidade na transição ofensiva – Ao retomar a bola, os jogadores se deslocam oferecendo opções de passe. Havia cinco jogadores do Bahia dentro da área adversária na conclusão do lance. Os meias e volantes ultrapassam a linha de ataque e infiltram na área oposta.
- Variações de ataque – Movimentação é importante para confundir a marcação adversária. Gabriel vira ponta, Magno abre na esquerda, Lenine vira meia e sempre há alguém em condições de receber a bola livre.
- Jogo coletivo – Troca de passes, aproximação, ultrapassagens, inversões, triangulações, tabelas... O drible surge quando é necessário vencer um confronto individual [como Magno fez no lance do segundo gol] e abrir espaço. Mas não é nunca a única opção.
Camaçari bem fechado com 4-4-1-1 com maioridade númerica na defesa e Bahia no seu já tradicional 4-2-2-2 desta vez com Júnior fixo na referência |
Repetindo o expediente do confronto contra o Touro do Sertão, a equipe da capital voltou a segunda etapa para definir a contenda. Com aproximação, fechando os espaços e bastante volume de ataque vazou a rede adversária duas vezes em dez minutos. A partir daí posicionou-se para o contra ataque e poderia até ter conseguido placar mais elástico, como num contra ataque que permitiu Ciro finalizar – e perder – uma chance clara, de frente para Rodrigo.
Com a peleja definida, Falcão surpreendeu. Danny Morais e Vander entraram para a saída de Gabriel e Júnior. Claramente um teste para possíveis formações futuras, um 4-4-2 em losango com o zagueiro com vértice defensivo e Magno com enganche. Fabinho e Lenine como apoiadores. Bastante salutar testar outras formações, pois é preciso experimentar o elenco e simular situações de jogo. Até mesmo porque, com tantos desfalques como a equipe teve hoje, soluções para o futuro precisam ser imaginadas.
Com o jogo definido Falcão alterou formação do meio para losango e Vander como segundo atacante. Com entrada de Hugo Camaçari espelhou confronto com Dinho de enganche - sem sucesso |
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